O Futuro do mercado brasileiro de crédito de carbono.

A Associação de Carbono e Metano do Norte e Centro-Oeste do Brasil (ACCNB) destaca a importância da preservação das áreas úmidas do Cerrado, um ecossistema vital que tem enfrentado significativas perdas devido à expansão industrial e pastagens. Pesquisadores e moradores locais, como Dhemerson Conciani e Jaime Alves dos Santos, sublinham a necessidade de fortalecer a legislação ambiental e de envolver as comunidades nas decisões de preservação. Globalmente, os créditos de carbono emergem como uma solução para a urgência climática, com o Brasil possuindo um grande potencial de crescimento neste mercado. Empresas como o Nubank mostram como os setores com menor impacto ambiental podem contribuir para a sustentabilidade, investindo em práticas e projetos que promovem a neutralização das emissões de carbono.

No vasto Cerrado brasileiro, onde as águas se encontram com a terra, nasce uma narrativa ambiental que transcende fronteiras e desafia a preservação tradicional. A Associação de Carbono e Metano do Norte e Centro-Oeste do Brasil (ACCNB) celebra e compartilha uma trajetória inspiradora dividida em quatro atos, entrelaçando ecossistemas, legislação ambiental e estratégias empresariais para um futuro mais verde.

No coração do bioma do Cerrado, as áreas úmidas emergem como o “coração” do Brasil, fornecendo água e sustento a milhões de seres vivos. Contudo, as estatísticas revelam uma realidade preocupante: entre 1985 e 2021, o Cerrado perdeu 12% de suas áreas úmidas, principalmente para pastagens. O pesquisador do IPAM, Dhemerson Conciani, destaca a lacuna na legislação que compromete a proteção desses ecossistemas, fazendo um chamado urgente para fortalecer as leis e investir em monitoramento.

Nas comunidades próximas às áreas úmidas do Cerrado, os veredeiros resistem aos desafios do ressecamento causado pela expansão industrial. Jaime Alves dos Santos, morador da vereda Grande de São Joaquim, sublinha o papel sociocultural das veredas e apela à participação das comunidades nas decisões que afetam suas áreas úmidas. Os dados do MapBiomas revelam uma redução de 52% da superfície de água em Januária (MG) entre 1985 e 2021, evidenciando a necessidade de ações para preservar esses ecossistemas vitais.

A narrativa se expande globalmente, com os créditos de carbono surgindo como uma resposta dinâmica à urgência climática. A consultoria McKinsey aponta que o Brasil, representando apenas 1% do mercado mundial de créditos de carbono, tem o potencial de elevar essa participação para 15% até 2030, capturando 700 milhões de tCO2e. O Brasil caminha para um mercado regulado, evidenciado pelo Projeto de Lei 412/2022 e iniciativas como o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões.

A visão empresarial do Nubank ilustra como as empresas podem contribuir para a sustentabilidade, mesmo em setores com menor impacto ambiental. Cristina Junqueira destaca a neutralização das emissões pela compra de créditos de carbono, posicionando a empresa como um exemplo de comprometimento socioambiental. O Nubank não apenas compensa emissões, mas também investe em projetos no México e no Brasil, promovendo práticas sustentáveis.

Esta narrativa coletiva, que atravessa biomas e fronteiras, ressalta a necessidade de uma abordagem colaborativa e abrangente. Os créditos de carbono emergem não apenas como uma ferramenta de compensação, mas como uma ponte entre ecossistemas, legislação e ações empresariais. As fontes revelam a base sólida desta jornada, desde os desafios locais até a visão global para um futuro mais sustentável.

Ao seguir essa jornada, a ACCNB reitera seu compromisso com a sustentabilidade e convida todos a se unirem a essa causa em prol de um planeta mais equilibrado e resiliente.

Fontes

Conciani, D. (2023, 3 de fevereiro). Entrevista com Dhemerson Conciani. Plurale;
Santos, J. A. dos. (2023, 3 de fevereiro). Entrevista com Jaime Alves dos Santos. Plurale;
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM);
MapBiomas;
McKinsey & Company;
Projeto de Lei 412/2022;
Nubank;
Exame.com.

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